Pozzobom recusa-se a responder aos professores e nova assembleia é marcada
O prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) e sua equipe se recusaram, na manhã desta quarta-feira (15), a ir ao encontro dos professores municipais que manifestaram-se em frente ao prédio da Prefeitura. As cerca de 700 pessoas presentes, majoritariamente docentes, solicitaram a presença do chefe do Executivo para que justificasse o projeto enviado ao Legislativo de reposição inflacionária fracionada: 2% retroativo a março e 1,75% a partir de junho.
“Essa proposta é desrespeitosa com os servidores. Além de continuar descumprindo a lei do piso nacional, gera um atraso até mesmo na reposição da inflação. Que o prefeito tenha a coragem de justificar esse absurdo frente a frente com os professores, como teve com outras categorias que estiveram se manifestando aqui neste mesmo lugar”, disse a coordenadora de Organização e Patrimônio do Sinprosm, Martha Najar. Por meio de representantes, foi proposta a formação de uma comissão, que seria recebida pelo governo, o que foi rechaçado pela categoria. “Isso é uma manobra para esvaziar o diálogo. Ano passado formamos comissão e não foi proposto nada de concreto, apenas mais prazos que caíram no vazio. Não vamos aceitar esse tipo de enrolação”, confirmou a coordenadora de Comunicação e Formação Sindical, Celma Pietczak.
Devido à recusa, a coordenação do Sinprosm marcou nova assembleia para o dia 29 de maio, onde serão avaliadas outras medidas para continuar a luta pelo cumprimento da Lei do Piso Salarial dos Professores. “Vimos hoje a verdadeira face do Governo Pozzobom, alinhado ao Governo Bolsonaro, sem respeito à educação e aos educadores. Os professores mostraram sua capacidade de indignação e vai continuar mobilizado para garantir seus direitos”, reforça a coordenadora Martha Najar.
A pauta do Sinprosm é a equiparação do salário básico com o piso nacional, reajuste do auxílio-alimentação, solução para a falta de professores nas escolas e plano de saúde. Mais de 90% dos docentes paralisaram atividades total ou parcialmente.
Junto aos docentes, a concentração na Praça Saldanha Marinho durante a manhã teve a presença também de alunos e servidores, que levaram suas reivindicações ao município, como contratação de merendeiras, melhorias na infraestrutura das escolas e falta de professores.
GREVE NACIONAL DA EDUCAÇÃO
A pauta do magistério municipal nesta quarta-feira soma-se à mobilização nacional dos trabalhadores da educação, chamada pelas centrais sindicais, que tem como foco a defesa da aposentadoria e contra a reforma da previdência. À tarde, a categoria volta à Praça Saldanha Marinho para somar-se ao ato unificado, com concentração às 16 horas. “Essa luta é de todos os trabalhadores, seja da educação ou não. Vamos somar força com os colegas para barrar essa reforma desumana do Governo Bolsonaro”, conclui Celma Pietczak.