O mês de setembro de 2021 assinala o centenário de nascimento do Patrono da Educação Brasileira: Paulo Freire. No legado do educador estudos, práticas, testemunhos, palavras e expressões características, geradoras de conhecimento, autonomia, esperança e empoderamento. Destacamos para reflexão do momento em que o nosso sindicato – SINPROSM empossa nova gestão, os conceitos: situações-limites, ação-reflexão-ação, inédito viável e o ser-mais, em diálogo com a atualidade.

Vivenciamos uma situação-limite sem precedente na história recente: a pandemia de COVID-19. A educação, enquanto processo social em que “os seres humanos partem do que são para o que querem ser” e, enquanto responsabilidade institucional (escolas, universidades)  de organização do acesso aos saberes construídos historicamente, deparou-se com vários limites, entre eles: a não-presença no espaço educacional, a não-convivência entre os pares, a não-presença dos educadores, a dificuldade de acesso a meios de comunicação digitais… Os desafios enfrentados na perspectiva do bem-maior – a vida –,  junto à manutenção dos vínculos educativos educandos-educadores-instituições, ensejaram contínuos processos de ação-reflexão-ação visando a construção de inéditos viáveis.

O SINPROSM, como as demais instituições coletivas, buscou e busca superar dificuldades advindas deste “novo normal” onde a convivência grupal e os contatos pessoais – antes objetivos do Sindicato – ficaram inviabilizados. Os meios digitais de comunicação tornaram-se imprescindíveis para ouvir e atender as demandas da categoria, mobilizar para a defesa de direitos e pleitear reivindicações. No início de 2021 nos deparamos com a situação-limite de retorno a sala de aula sem imunização. Educadores e educadoras, organizados no sindicato, em processo de ação-reflexão-ação, deflagraram a Greve Ambiental, instrumento de luta e construção do inédito-viável: vacinas imunizantes para toda a categoria. Afirmamos, mais uma vez, a máxima freiriana que ser educador e não lutar é uma contradição pedagógica.

Em continuidade à “nova forma de ser” da vida sindical, tivemos a eleição da Coordenação para um novo triênio: também utilizando as ferramentas informacionais. Dificuldades? Sim. Impossibilidade? Nunca. A categoria – defensora da Democracia, da Ciência e da Vida – primando por protocolos sanitários e de convivência democrática, participou com duas chapas. Hoje, finalizado todo processo eleitoral, estamos ainda mais cientes que nossa força é o somatório da força de todos/as sindicalizadas/os, e que a omissão frente aos condicionantes históricos não pode ser uma opção.

Seguimos em busca do ser mais freiriano. Lutando enquanto educadores-trabalhadores, por melhoria nas condições de vida e trabalho (salário, tempos de planejamento-atuação-formação) e como cidadãos e cidadãs, pelo direito à saúde (vacinas) e dignidade para toda população. Viva Paulo Freire! Viva a Democracia! Viva o SINPROSM!