Caminhada pela Educação reúne dezenas de professores, estudantes e trabalhadores na Zona Sul de Santa Maria
Caminhada pela Educação reúne dezenas de professores, estudantes e trabalhadores na Zona Sul de Santa Maria
A tarde de ontem foi diferente para muitos alunos da EMEF junto ao CAIC Luizinho de Grandi, a maior escola da rede municipal em Santa Maria. Ao invés do currículo escolar regular os estudantes tiveram uma “aula prática de cidadania”, conforme definiu a diretora Maria Helena Antonelo. A Zona Sul, onde fica a instituição, foi a região da Caminhada pela Educação desta semana.
O evento começou por volta das 16h15, por conta da possibilidade de chuva. Professores, alunos e representantes da comunidade se reuniram no pátio da escola para ouvir representantes da categoria e da coordenação do Sinprosm. Logo em seguida saíram em uma caminhada pelas ruas principais da Vila Lorenzi. No caminho os professores entregaram à comunidade uma carta aberta com as principais reivindicações do magistério municipal, englobados sobretudo pelo tema da “valorização profissional”. Ao final da caminhada, novamente em frente ao portão principal da escola, os manifestantes se reuniram para discutir as atuais condições da educação municipal.
Moradores da região também se manifestaram nesse momento. Adalberto Severo, membro da associação comunitária da Vila Lorenzi, definiu sua participação no ato como “um dever de membro da comunidade”. “Meus filhos, com nível superior”, completou, “estudaram no CAIC. A escola pertence a nós”. Já Doralice Dalla Vechia, também moradora da Zona Sul, disse que “os governos deveriam olhar mais para a educação e os professores”
Lourdes Passos, professora de história do CAIC, afirmou que a valorização dos professores não é uma causa restrita à categoria: “é algo de interesse de toda a sociedade”. Lourdes argumentou também que a crise econômica não justifica as más condições de trabalho dos professores de Santa Maria, do estado e de todo o país: “não adianta dizer que os governos estão quebrados. A crise econômica da qual eles falam só existe para os pobres e para a educação”.
A professora Jane May de Oliveira Leal, coordenadora de Organização e Patrimônio do Sinprosm, afirmou ao final do ato, que a mobilização a partir de agora é fundamental: “não somente dos seis coordenadores do sindicato, mas de toda a categoria que luta no dia-a-dia”. “Quando lutamos não é simplesmente por nossos direitos, mas principalmente pela educação e pelos alunos – que um dia, quando trabalhadores, também terão aprendido a lutar. Por isso o dia de hoje foi uma aula”, finalizou.