Comando de greve discute com Pozzobom pautas do movimento

A greve ambiental deflagrada pelos professores municipais em 10 de maio tem pautas bem claras: imunização da categoria, ampliação da cobertura vacinal da comunidade escolar e equipamentos adequados para o cumprimento dos protocolos sanitários nas escolas. Para discutir esses assuntos, o Sinprosm encaminhou em 19 de maio ofício ao gabinete do Prefeito Jorge Pozzobom solicitando o agendamento de reunião.

O encontro aconteceu na manhã desta quinta-feira (27), no centro administrativo, com a presença das coordenadoras sindicais Martha Najar, Vera do Monte e Juliana Moreira, mais os professores Rafael Torres, Maitê Cézar e Selma Oliveira, do comando de greve. Pozzobom esteve acompanhado dos secretários Lúcia Madruga e Guilherme Cortez.

“A greve ambiental foi decidida em assembleia e qualquer mudança só pode ser definida por uma assembleia”, adiantou Martha Najar, referindo-se ao anúncio do dia anterior sobre a vacinação dos professores. A categoria entende que o retorno presencial só deve ocorrer quando a imunização for efetiva, com a aplicação das duas doses e prazos para a geração de anticorpos, conforme recomendado para cada imunizante.

Pozzobom garantiu que estão reservadas, em um primeiro momento, mil doses para a educação infantil de todas as redes, tanto pública quanto privada. Outras etapas só serão abertas quando houver imunizante suficiente. O número de professores e trabalhadores em educação já vacinados em outros grupos ou em duplicidade (que trabalham em mais de uma rede) estão sendo levantados.

ESCOLAS

A coordenadora Juliana Moreira apontou ruídos na comunicação como fator importante para o temor da categoria. “Como chega muita informação cruzada, as pessoas estão com medo em casa”. Lúcia Madruga acredita que, com a utilização do e-mail institucional para a comunicação direta da SMED com todos os professores, os ruídos devem diminuir.

A secretária Lúcia Madruga garante que será respeitada a autonomia de cada escola para a retomada gradual e escalonada dos professores e funcionários mediante a imunização. Foi informado que haverá reposição de máscaras, com o recolhimento de máscaras de qualidade inferior já enviadas, porém sem a confirmação de prazos. O mesmo com a recomposição das equipes de limpeza, já que muitos terceirizados foram deslocados para a Secretaria de Saúde em 2020 por conta da menor demanda nas escolas com o modelo remoto.

DIÁLOGO

As instruções normativas recentes, um dos principais questionamentos da categoria, serão rediscutidas com a participação do Sinprosm. A secretária de Educação confirmou para a próxima semana um primeiro encontro com este objetivo.

No cômputo geral, a avaliação é de que houve avanços, porém ainda longe de desmobilizar a categoria. “É um avanço termos começado a dialogar, sem dúvida um resultado da greve ambiental e da ação judicial. Por enquanto o que temos é uma série de boas intenções. Respeitamos, mas queremos ver ações concretas”, resume Martha Najar.

NA CÂMARA

A coordenadora Celma Pietczak participou de reunião, no início da tarde, na Comissão Especial da Vacinação no Legislativo Municipal, com os vereadores Marina Callegaro (PT), Givago Ribeiro (PSDB) e Luci Duartes (PDT). A professora confirmou que os professores municipais não pretendem ter preferência em relação às demais redes, mas é importante a garantia de que o retorno a qualquer atividade presencial ocorra com a imunização completa.

Foi informado que há um Projeto de Lei Complementar na Comissão de Constituição e Justiça corrigindo a lei anterior sobre a prioridade na vacinação de professores. O texto não deixa claro se o retorno vinculado à vacinação é facultado ao professor ou ao município.

Texto e fotos: Paulo André Dutra/Sinprosm