7º Seminário Educação em Foco: educação no combate à desumanização
Discutir o papel do professor em um contexto de desumanização das relações humanas é o objetivo do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria nesta 7ª edição do Seminário Educação em Foco, que teve a sua abertura oficial na noite desta terça-feira (6) no Clube Dores.
Citando o pensamento do Patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire, para quem a escola é formada sobretudo por gente, a coordenadora de Comunicação e Formação Sindical, Celma Pietczak, reforça que “nos reconhecermos na condição de gente nos humaniza, e é fundamental para humanizar as relações. Essa é a escola no qual acreditamos”. Por outro lado, entende que o contexto brasileiro impõe que o professor se fortaleça enquanto agentes do conhecimento e da educação, sendo o seminário um espaço do fortalecimento desta identidade.
A secretária municipal de educação, Lúcia Madruga, relata preocupação quando questões de educação consideradas resolvidas voltam a ser discutidas. “Educação é uma responsabilidade nossa, não interessa o espaço que ocupamos”.
CRISE HUMANITÁRIA
A conferência de abertura esteve à cargo da pedagoga, professora doutora da UFRGS Carmem Maria Craidy, que relacionou a educação no Brasil de hoje com a crise humanitária mundial. Entende que o aumento da desigualdade, fome, migrações decorrentes de guerras, desemprego, violência social, dentre outros fatores, são causadas pela crise do capitalismo financeiro, mudanças no modo de trabalho, avanço do neoliberalismo em detrimento da destruição da social-democracia, em um contexto de guerras comerciais e emergência de lideranças autoritárias.
No Brasil, suas marcas são a agenda pós-golpe de 2016, reformas, destruição de políticas sociais e a ascensão do Governo Bolsonaro. Para ela, “é essencial que o ser humano seja educado para que seja mais humano”. O obscurantismo, a tecnologia desligada da cultura, a desqualificação da ciência são parte do processo de dominação, em que “a crise é, na verdade, um projeto”.
Critica as propostas atuais para a educação, também parte da conjuntura de desmonte: “Não acredito que vão conseguir reformar, mas vão tentar desorganizar”. A organização, para a pedagoga, é a maior forma de resistência. “Para onde isso vai evoluir? A gente não sabe, mas não dá para ficar em casa reclamando”.
AGENDA
A programação se estende até a noite de sexta-feira (9), com mesas de debate, palestras, rodas de conversa e troca de experiências, sendo concluído no Theatro Treze de Maio com a apresentação da Cia Sorriso com Arte no espetáculo Showtime. Na manhã desta quinta-feira (8) a programação será descentralizada para as rodas de conversa, ocorrendo simultaneamente nos seguintes locais:
- Rodas 1 (Infâncias e Suas Linguagens) e 8 (Atividades Físicas) – Sede do Sinprosm na Rua André Marques, 418)
- Rodas 2 (Educação no Campo) e 4 (Educação Ambiental) – Escola Estadual João Belém
- Roda 3 (Tecnologias na Educação) – Salão do edifício na Rua Silva Jardim, 2149
- Roda 5 (Caminhos da Educação Especial) – Igreja Batista em frente à Escola Manoel Ribas
- Roda 7 (Práticas de Gestão) – Sitracover (Rua Dr. Pantaleão, 28)
Texto: Paulo André Dutra/Sinprosm
Fotos: Bibiana Rigão/Sinprosm